Nostalgia dos Anos 80

 

Hoje estava conversando com meu chefe, e o assunto foi Anos 80, e fazendo as contas essa época tão especial já esta chegando a 50 anos! Logo diremos aos nossos netos, há 50 anos atrás a vida era diferente, e só quem teve o privilégio de viver nessa época sabe como o mundo era um lugar diferente e cheio de encantos! Então decidi trazer esse tema hoje para compartilharmos experiências e lembrarmos dos hábitos, costumes dessa época não tão distante.

Eu nasci em 1986, mas me lembro de muita coisa, cores, famosos, brinquedos, costumes, festas, roupas, perfumes...Foi uma época que não tínhamos smartphones e redes sociais, mas éramos tão conectados as pessoas, o mundo parecia um lugar seguro, tínhamos hábitos simples mas tão cheios de significado. 

Escrever em Diários era um Refúgio Pessoal

Nos anos 80, escrever em diários era uma prática comum, especialmente entre adolescentes. A rotina de sentar-se no fim do dia e registrar os pensamentos, sentimentos e acontecimentos era quase terapêutica. O diário era mais que um caderno; era um amigo fiel, um confidente silencioso que ouvia sem julgar. Cada página preenchida era uma forma de dar sentido às experiências diárias, um lugar onde sonhos, frustrações e segredos podiam existir em paz.

Havia algo de mágico em pegar uma caneta e dar forma aos pensamentos, em ver as palavras fluírem no papel. Não existia autocorreção automática, apenas o fluxo contínuo da mente. E, diferente das postagens rápidas de hoje, essas palavras tinham um peso, um significado que perdurava. Muitos de nós guardamos esses diários até hoje, como cápsulas do tempo que nos transportam de volta a um período em que o mundo parecia mais simples.

Até um simples papel de bombom ou bala que ganhávamos era motivo de alegria, pois sabíamos que daquela bala sairia uma história... era um bom método de colecionar, mas diferente de objetos, colecionávamos memórias!

Papéis de Carta

Outro hobbie muito legal dos anos 80 e 90 foi a febre dos papéis de carta. Para quem viveu essa época, colecionar papéis de carta era uma paixão, quase uma arte. Os papéis vinham em conjuntos delicadamente desenhados, muitas vezes com temas florais, personagens fofos ou paisagens de contos de fadas. Havia uma variedade tão grande que cada troca com amigos trazia a excitação de descobrir novos modelos para a coleção.

Trocar papéis de carta era uma maneira de fortalecer amizades. Quando alguém recebia uma carta escrita à mão em um desses papéis especiais, o gesto era valorizado de uma forma que é difícil replicar no mundo digital. As palavras ali contidas pareciam mais próximas, mais pessoais. Hoje, ao relembrar essas coleções, somos transportados para um tempo em que a simplicidade de uma troca de cartas trazia uma alegria imensurável.

Brincadeiras de Rua

Nos anos 80, a vida ao ar livre era praticamente uma regra. A ausência de smartphones, internet e videogames sofisticados fazia com que as crianças explorassem o mundo real em sua forma mais pura. Brincadeiras como esconde-esconde, pega-pega, queimado e pular elástico eram o centro das tardes, especialmente nas ruas de bairros onde todo mundo se conhecia. Brincar na calçada até o sol se pôr, com as mães chamando para o jantar, era um ritual quase sagrado.

Outra brincadeira clássica era soltar pipa. As crianças passavam horas nas tardes ensolaradas, empinando pipas coloridas e participando de emocionantes "combates", tentando cortar a linha das pipas dos amigos. Era uma disputa saudável que envolvia habilidade e estratégia, e uma maneira de socializar de forma divertida e simples.

                                        Coleções: O Tesouro de uma Geração

As coleções desempenhavam um papel especial na vida de quem viveu nos anos 80. Um dos passatempos favoritos era colecionar figurinhas de álbuns temáticos, como os clássicos álbuns da Copa do Mundo, de personagens de desenhos animados ou de séries de TV. Trocar figurinhas repetidas com amigos no recreio da escola era um dos momentos mais aguardados do dia, e conseguir a tão desejada figurinha que faltava para completar o álbum era motivo de comemoração.

Além das figurinhas, colecionar brinquedos, como os famosos Comandos em Ação, as bonecas Moranguinho e as miniaturas de carrinhos Hot Wheels, era um verdadeiro fascínio. Cada item da coleção era tratado com um cuidado especial, como se fosse um pedaço de uma aventura maior. As bonecas Barbie e os action figures de heróis também faziam parte dessa cultura de colecionismo, que refletia os interesses e os sonhos de todos que viveram naquela época. Os adultos colecionavam maços de cigarros, pois naquela época era moda fumar! Até comerciais de televisão incentivavam o tabagismo. 

                                        Tendências de Moda e Comportamento

Se há algo que define visualmente os anos 80, são as cores vibrantes e as ousadias na moda. Era uma época de experimentação, e ninguém tinha medo de se expressar através das roupas. O neon, as polainas, as ombreiras exageradas, as calças de cintura alta e as jaquetas jeans com broches eram os itens favoritos do guarda-roupa. A moda fitness, influenciada por figuras como Jane Fonda, com leggings coloridas e faixas de cabelo, também se tornou uma febre.

Os penteados volumosos e marcantes — dos cabelos cacheados estilo permanente aos topetes bem estruturados com muito spray — eram uma marca registrada da época. E o uso de acessórios chamativos, como brincos enormes e pulseiras coloridas, fazia parte da estética exuberante e divertida dos anos 80.

Em termos de comportamento, as pessoas valorizavam muito o contato presencial. Os encontros com amigos aconteciam no portão de casa, nas praças ou nas festas de bairro. As relações eram mais diretas, sem a mediação de telas, e a comunicação pessoal era mais valorizada. As conversas longas no telefone fixo — sempre com a mãe dizendo que alguém precisava usar o telefone depois — eram parte da vida cotidiana.

                                                    As Crianças tinham segurança

Nos anos 80, o comportamento dos pais em relação à segurança infantil era bem diferente do que vemos atualmente, eu sou um exemplo disso, minha filha com 11 anos nunca foi sozinha a padaria. As crianças passavam muito tempo fora de casa, brincando nas ruas com os vizinhos, andando de bicicleta pelos bairros, ou indo a pé até o mercadinho da esquina sem grande supervisão. As cidades eram menores, menos movimentadas e, de certa forma, mais comunitárias. Havia uma confiança geral nas pessoas ao redor, e todo mundo conhecia todo mundo.

Ir ao bar ou à mercearia local comprar refrigerante ou pão era uma tarefa comum que muitas crianças realizavam sozinhas. Os pais as enviavam com um pouco de dinheiro e as instruíam a trazer de volta os itens pedidos. O balconista do bar, normalmente, já conhecia as crianças pelo nome e mantinha uma relação amigável e protetora. O sentimento era de que toda a vizinhança cuidava uns dos outros, o que proporcionava uma sensação de segurança.

                                                            Os doces dos anos 80

Nos anos 80, muitos doces populares eram vendidos em bares, padarias e mercearias a preços bem acessíveis, me lembro que com R$ 1,00 eu voltava com um pacote de papel lotado de balas, pirulitos, e mais 2 suspiros! Nos bares tinham em seus balcões a exposição de muitos doces como geleia colorida, paçocas, sorvete com recheio de geleia de varios sabores entre tantos outros! Pasmem, mas o kinder Ovo no inicio dos anos 90 custava R$ 1,00.

 

E você, quais são suas memórias favoritas dos anos 80?